La cebolla es escarcha
cerrada y pobre:
escarcha de tus días
y de mis noches.
Hambre y cebolla:
hielo negro y escarcha
grande y redonda.
En la cuna del hambre
mi niño estaba.
Con sangre de cebolla
se amamantaba.
Pero tu sangre,
escarchada de azúcar,
cebolla y hambre.
Una mujer morena,
resuelta en luna,
se derrama hilo a hilo
sobre la cuna.
Ríete, niño,
que te tragas la luna
cuando es preciso.
Alondra de mi casa,
ríete mucho.
Es tu risa en los ojos
la luz del mundo.
Ríete tanto
que en el alma al oírte,
bata el espacio.
Tu risa me hace libre,
me pone alas.
Soledades me quita,
cárcel me arranca.
Boca que vuela,
corazón que en tus labios
relampaguea.
Es tu risa la espada
más victoriosa.
Vencedor de las flores
y las alondras.
Rival del sol.
Porvenir de mis huesos
y de mi amor.
La carne aleteante,
súbito el párpado,
el vivir como nunca
coloreado.
¡Cuánto jilguero
se remonta, aletea,
desde tu cuerpo!
Desperté de ser niño.
Nunca despiertes.
Triste llevo la boca.
Ríete siempre.
Siempre en la cuna,
defendiendo la risa
pluma por pluma.
Ser de vuelo tan alto,
tan extendido,
que tu carne parece
cielo cernido.
¡Si yo pudiera
remontarme al origen
de tu carrera!
Al octavo mes ríes
con cinco azahares.
Con cinco diminutas
ferocidades.
Con cinco dientes
como cinco jazmines
adolescentes.
Frontera de los besos
serán mañana,
cuando en la dentadura
sientas un arma.
Sientas un fuego
correr dientes abajo
buscando el centro.
Vuela niño en la doble
luna del pecho.
Él, triste de cebolla.
Tú, satisfecho.
No te derrumbes.
No sepas lo que pasa
ni lo que ocurre.
Poema de Miguel Hernández cantado por Joan Manuel Serrat.
Momentos +
Momentos, fotográficos mas não só que merecem ser recordados...
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
30-07-2010 Lourdes - Lac Sainte Croix
No dia 30 de Julho fizemos a segunda etapa da nossa viagem: à volta de 750 quilómetros entre Lourdes (nos Pirinéus) ao Lac Sainte Croix (nos Alpes). A distância não me assustava embora não seja muito normal passar tantas horas ao volante. A ideia era utilizar ao máximo a autoestrada, pagando, é claro, mas fazendo o trajecto mais rapidamente possível.
Depois de desmontada a tenda e encaixada toda a bagagem no carro (nunca é fácil), partimos cheios de entusiasmo. À passagem por Toulouse duvidámos se devíamos seguir em frente, ou fazer um desvio até Albi, onde moram alguns familiares. Decidimos seguir em direcção a Marselha (com a sensação que a tarde ou nunca surgirá outra oportunidade semelhante de visitar a família em Albi).
À medida que nos aproximámos da costa mediterrânica o tráfego foi aumentando de tal forma que começámos a fazer paragens frequentes. Não paragens para descansar, mas paragens em filas com muitos quilómetros em plena autoestrada. Nunca pensei que fosse possível haver tanta gente a "correr" para o sul, mas seguimos a passo de caracol. Percebi porque é que os imigrantes franceses estão sempre a falar no bouchon. A conjugação do início de Agosto com o fim de semana causou o caos em muitas estradas.
A paragem para o almoço foi rápida e sem história. Assustava-me o resto da viagem e não queria desperdiçar o tempo. Tinha todo o interesse em chegar ao destino antes de anoitecer, até porque o sol é um grande auxiliar na minha orientação.
Só fiquei em paz depois de Aix-en-Provence, quando nos começámos a afastar da costa. O trânsito diminuiu e os nomes das localidades começaram a soar-me familiares.
A paisagem, o reencontro com o rio Verdon passados mais de 20 anos aceleraram-me a respiração e redobraram-me o entusiasmo. Mesmo antes de Manosque abandonei a autoestrada e eventurei-me por vias mais pequenas, tão estreitas que parecem caminhos. Estávamos na Provence e não foi para conduzir em autoestradas ou para visitar cidades que tínhamos viajado mais de 1000 km. Queria mostrar aos meus a razão de virmos tão longe, embora sem saber bem como a iriam receber. É que nem tudo é fácil de explicar. A região agreste, as pequenas aldeias e os campos de lavanda ficaram marcados na minha memória e, mais que a beleza (que também a têm), são razões afectivas que me ligam à região.
Comecei a reconhecer os locais, muito pouco mudados em relação ao que recordava. Passámos na pequena aldeia de Valensole, Riez, Puimoissom, Moustier-Ste-Marie e de depois... o lago. Era este o nossa destino: Lac Sainte Croix ou Lago da Santa Cruz. Ao cair da tarde estávamos a procurar um parque de campismo. Em redor do lago há seguramente mais de uma centena de parques. Alguns públicos, outros privados, grandes, pequenos, com infra-estruturas ou praticamente selvagens. Tinha seleccionado pela Net dois ou três pela sua proximidade ao lago. Foi a um desses que fomos parar. Tratava-se de um parque municipal da pequena localidade de Les Salles sur Verdon com o nome de Ruisses. Estava muito perto do lago e era de fácil acesso.
Havia alguns espaços vazios, mas nos dias que se seguiram ficou rapidamente esgotado. Ao contrário do que acontece em muitos parques nacionais, quando está esgotado coloca uma placa à entrada a avisar que não há lugar mantendo assim alguma privacidade para os utentes que já lá estão. Os espaços destinados a cada tenda ou caravana estão marcados no chão e têm que ser respeitados. Gostei da ordem.
Depois da tenda montada, quase ao por do sol, ainda houve tempo para um passeio nas margens do lago. Estamos a falar dos Alpes onde a água é sempre gelada e as noites frescas. Ao cair da noite só os mais nostálgicos ficam a olhar o horizonte. Já valeu a pena ...
Depois de desmontada a tenda e encaixada toda a bagagem no carro (nunca é fácil), partimos cheios de entusiasmo. À passagem por Toulouse duvidámos se devíamos seguir em frente, ou fazer um desvio até Albi, onde moram alguns familiares. Decidimos seguir em direcção a Marselha (com a sensação que a tarde ou nunca surgirá outra oportunidade semelhante de visitar a família em Albi).
À medida que nos aproximámos da costa mediterrânica o tráfego foi aumentando de tal forma que começámos a fazer paragens frequentes. Não paragens para descansar, mas paragens em filas com muitos quilómetros em plena autoestrada. Nunca pensei que fosse possível haver tanta gente a "correr" para o sul, mas seguimos a passo de caracol. Percebi porque é que os imigrantes franceses estão sempre a falar no bouchon. A conjugação do início de Agosto com o fim de semana causou o caos em muitas estradas.
A paragem para o almoço foi rápida e sem história. Assustava-me o resto da viagem e não queria desperdiçar o tempo. Tinha todo o interesse em chegar ao destino antes de anoitecer, até porque o sol é um grande auxiliar na minha orientação.
Só fiquei em paz depois de Aix-en-Provence, quando nos começámos a afastar da costa. O trânsito diminuiu e os nomes das localidades começaram a soar-me familiares.
A paisagem, o reencontro com o rio Verdon passados mais de 20 anos aceleraram-me a respiração e redobraram-me o entusiasmo. Mesmo antes de Manosque abandonei a autoestrada e eventurei-me por vias mais pequenas, tão estreitas que parecem caminhos. Estávamos na Provence e não foi para conduzir em autoestradas ou para visitar cidades que tínhamos viajado mais de 1000 km. Queria mostrar aos meus a razão de virmos tão longe, embora sem saber bem como a iriam receber. É que nem tudo é fácil de explicar. A região agreste, as pequenas aldeias e os campos de lavanda ficaram marcados na minha memória e, mais que a beleza (que também a têm), são razões afectivas que me ligam à região.
Comecei a reconhecer os locais, muito pouco mudados em relação ao que recordava. Passámos na pequena aldeia de Valensole, Riez, Puimoissom, Moustier-Ste-Marie e de depois... o lago. Era este o nossa destino: Lac Sainte Croix ou Lago da Santa Cruz. Ao cair da tarde estávamos a procurar um parque de campismo. Em redor do lago há seguramente mais de uma centena de parques. Alguns públicos, outros privados, grandes, pequenos, com infra-estruturas ou praticamente selvagens. Tinha seleccionado pela Net dois ou três pela sua proximidade ao lago. Foi a um desses que fomos parar. Tratava-se de um parque municipal da pequena localidade de Les Salles sur Verdon com o nome de Ruisses. Estava muito perto do lago e era de fácil acesso.
Havia alguns espaços vazios, mas nos dias que se seguiram ficou rapidamente esgotado. Ao contrário do que acontece em muitos parques nacionais, quando está esgotado coloca uma placa à entrada a avisar que não há lugar mantendo assim alguma privacidade para os utentes que já lá estão. Os espaços destinados a cada tenda ou caravana estão marcados no chão e têm que ser respeitados. Gostei da ordem.
Depois da tenda montada, quase ao por do sol, ainda houve tempo para um passeio nas margens do lago. Estamos a falar dos Alpes onde a água é sempre gelada e as noites frescas. Ao cair da noite só os mais nostálgicos ficam a olhar o horizonte. Já valeu a pena ...
29-07-2010 Lourdes
Já ganhámos alguma confiança a circular de automóvel em Lourdes. O GPS faz um trabalho fantástico. Depois de escolhido o parque de estacionamento gratuito no mapa é só fazer a sua marcação no aparelho.
No dia 28 descobri uma grande superfície comercial junto a um nó rodoviário de fácil acesso. É o ideal para reabastecimento.
A primeira etapa do dia foi a subida ao alto de um monte, em teleférico, conhecido como "Pic du Jer". Um teleférico centenário transportou-nos ao alto de um pico com 1000 metros de altitude de onde se tinha uma vista fantástica, quer em direcção a Lourdes quer aos Pirenéus! Comprámos também o bilhete para visitarmos as grutas que existem no alto da montanha. Fomos surpreendidos com a distribuição de casacos, mas estávamos suficientemente protegidos. A temperatura no interior da gruta rondava os 10 graus centígrados e alguns agradeceram bem os casacos emprestados.
O guia falava várias línguas, entre as quais castelhano, com que tentou dialogar connosco. Também não havia informação escrita em Português! As grutas não são nada de espectacular, quando comparadas com as que temos em Portugal nas serras de Aire e Candeeiros. O mais intrigante é mesmo compreender como se formaram as grutas a esta altitude, ou como depois de se formarem subiram até aqui. Toda a região onde se situa Lourdes deve ter estado submersa durante milhares de anos. As grutas podem-se ter formado nas épocas glaciares.
Depois de abandonarmos a gruta passeámos pelo cume da montanha onde há diversos miradouros. Num deles há uma mesa circular, com o tampo em azulejo, indicando numa espécie de rosa dos ventos, várias direcções. Podemos ver a indicação de Lisboa!
Deambulámos pela montanha explorando a vegetação existente, que tinha placas identificativas com os seus nomes científicos.
À distância também se avista a aldeia de Bartres, terra natal de Bernardete.
Nos céus os grifos foram uma presença constante e despertaram a atenção dos turistas. O guia não nutria por eles grande simpatia, criticando os espanhóis por deixarem de os alimentar. Também tinha um discurso bastante assustador acusando os grifos de ataques a animais domésticos e como apresentando perigo para as pessoas! Este discurso não me caiu bem e tive que o contrariar junto do guia e de quem me quis ouvir.
Há vários circuitos para subir e descer do Pic du Jer a pé. Também há alguns para BTT e foi assustador ver desportistas a desce-los a alta velocidade. É preciso ter muito louco...
Voltámos ao parque de campismo para o almoço. A confiança e o conhecimento das estradas já nos facilitaram as deslocações.
Depois da hora de almoço assistimos a uma prática bastante invulgar nos parques de campismo que conhecemos: uma enfardadeira em funcionamento em pleno parque. Isto é vulgar em muitos espaços que funcionam como parques de campismo em França.
Durante a tarde fizemos mais um passeio pela cidade de Loudes e aproveitámos para visitar a Alcáçova de Lurdes e o Museu Pirinaico. Trata-se de um castelo fortaleza no centro da cidade, com uma longa e curiosa história. Desde a conquista dos Romanos, residência da nobreza nos séculos XI e XII, prisão no séc. XVI a castelo museu no século XX, tudo transpira história e merece bem o que se paga para a visita.
Vi aqui uma prática interessante: às crianças era distribuído uma espécie de questionário com alguns mistérios que teriam que desvendar ao longo da visita. Uma boa ideia. Também tivemos direito a guias escritos em português, coisa rara.
Circular pela capela, pela cozinha, pelos quartos, pelas várias estruturas defensivas, é uma completa visita ao passado. há muitas salas com exposições diferentes. Uma contava a história da exploração dos Pirenéus, com a exibição de muitos objectos originais e fotografias da época. Havia também uma exposição de mármores da região. O isolamento do espaço, nunca conquistada ao longo dos seus mil anos de história, facilitam esta viagem, só interrompida quando o olhar se estende pela cidade e paisagem em redor. Também o santuário ganha do alto da torre uma perspectiva diferente e bonita.
Depois abandonarmos este fantástico Castelo, meu filho mais novo e a minha mulher visitaram um museu da cera (onde era proibido tirar fotografias).
Passeámos uma última vez pelas ruas junto ao santuário aproveitando para comprarmos algumas recordações. No santuário as velas, frascos e embalagens com imagens de Nossa Senhora para levar como recordação água estão à disposição dos peregrinos e turistas. O donativo mínimo por cada unidade está marcado e cada um contribuiu de acordo com as suas possibilidades e com a sua consciência. Este sistema de "venda" é interessante e evita a imagem degradante do comércio no espaço do santuário. Não sei se seria possível um sistema semelhante em Portugal.
Recolhemos ao parque de campismo para repousar. No dia seguinte seguiríamos viagem. Os atractivos em Lourdes e arredores eram muitos, mas não nos podíamos esquecer do nosso destino. Lourdes foi a primeira etapa, pensada principalmente para descansar, mas revelou-se um excelente destino para passar alguns dias. As montanhas pareciam chamar-me, mas o destino eram os Alpes.
Sítios Web:
No dia 28 descobri uma grande superfície comercial junto a um nó rodoviário de fácil acesso. É o ideal para reabastecimento.
A primeira etapa do dia foi a subida ao alto de um monte, em teleférico, conhecido como "Pic du Jer". Um teleférico centenário transportou-nos ao alto de um pico com 1000 metros de altitude de onde se tinha uma vista fantástica, quer em direcção a Lourdes quer aos Pirenéus! Comprámos também o bilhete para visitarmos as grutas que existem no alto da montanha. Fomos surpreendidos com a distribuição de casacos, mas estávamos suficientemente protegidos. A temperatura no interior da gruta rondava os 10 graus centígrados e alguns agradeceram bem os casacos emprestados.
O guia falava várias línguas, entre as quais castelhano, com que tentou dialogar connosco. Também não havia informação escrita em Português! As grutas não são nada de espectacular, quando comparadas com as que temos em Portugal nas serras de Aire e Candeeiros. O mais intrigante é mesmo compreender como se formaram as grutas a esta altitude, ou como depois de se formarem subiram até aqui. Toda a região onde se situa Lourdes deve ter estado submersa durante milhares de anos. As grutas podem-se ter formado nas épocas glaciares.
Depois de abandonarmos a gruta passeámos pelo cume da montanha onde há diversos miradouros. Num deles há uma mesa circular, com o tampo em azulejo, indicando numa espécie de rosa dos ventos, várias direcções. Podemos ver a indicação de Lisboa!
Deambulámos pela montanha explorando a vegetação existente, que tinha placas identificativas com os seus nomes científicos.
À distância também se avista a aldeia de Bartres, terra natal de Bernardete.
Nos céus os grifos foram uma presença constante e despertaram a atenção dos turistas. O guia não nutria por eles grande simpatia, criticando os espanhóis por deixarem de os alimentar. Também tinha um discurso bastante assustador acusando os grifos de ataques a animais domésticos e como apresentando perigo para as pessoas! Este discurso não me caiu bem e tive que o contrariar junto do guia e de quem me quis ouvir.
Há vários circuitos para subir e descer do Pic du Jer a pé. Também há alguns para BTT e foi assustador ver desportistas a desce-los a alta velocidade. É preciso ter muito louco...
Voltámos ao parque de campismo para o almoço. A confiança e o conhecimento das estradas já nos facilitaram as deslocações.
Depois da hora de almoço assistimos a uma prática bastante invulgar nos parques de campismo que conhecemos: uma enfardadeira em funcionamento em pleno parque. Isto é vulgar em muitos espaços que funcionam como parques de campismo em França.
Durante a tarde fizemos mais um passeio pela cidade de Loudes e aproveitámos para visitar a Alcáçova de Lurdes e o Museu Pirinaico. Trata-se de um castelo fortaleza no centro da cidade, com uma longa e curiosa história. Desde a conquista dos Romanos, residência da nobreza nos séculos XI e XII, prisão no séc. XVI a castelo museu no século XX, tudo transpira história e merece bem o que se paga para a visita.
Vi aqui uma prática interessante: às crianças era distribuído uma espécie de questionário com alguns mistérios que teriam que desvendar ao longo da visita. Uma boa ideia. Também tivemos direito a guias escritos em português, coisa rara.
Circular pela capela, pela cozinha, pelos quartos, pelas várias estruturas defensivas, é uma completa visita ao passado. há muitas salas com exposições diferentes. Uma contava a história da exploração dos Pirenéus, com a exibição de muitos objectos originais e fotografias da época. Havia também uma exposição de mármores da região. O isolamento do espaço, nunca conquistada ao longo dos seus mil anos de história, facilitam esta viagem, só interrompida quando o olhar se estende pela cidade e paisagem em redor. Também o santuário ganha do alto da torre uma perspectiva diferente e bonita.
Depois abandonarmos este fantástico Castelo, meu filho mais novo e a minha mulher visitaram um museu da cera (onde era proibido tirar fotografias).
Passeámos uma última vez pelas ruas junto ao santuário aproveitando para comprarmos algumas recordações. No santuário as velas, frascos e embalagens com imagens de Nossa Senhora para levar como recordação água estão à disposição dos peregrinos e turistas. O donativo mínimo por cada unidade está marcado e cada um contribuiu de acordo com as suas possibilidades e com a sua consciência. Este sistema de "venda" é interessante e evita a imagem degradante do comércio no espaço do santuário. Não sei se seria possível um sistema semelhante em Portugal.
Recolhemos ao parque de campismo para repousar. No dia seguinte seguiríamos viagem. Os atractivos em Lourdes e arredores eram muitos, mas não nos podíamos esquecer do nosso destino. Lourdes foi a primeira etapa, pensada principalmente para descansar, mas revelou-se um excelente destino para passar alguns dias. As montanhas pareciam chamar-me, mas o destino eram os Alpes.
Sítios Web:
sexta-feira, 4 de março de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
28-07-2010 Lourdes
A primeira noite no Parque não correu mal... Apesar de se ouvirem barulhos da estrada, todos dormiram bem. De manhã apareceram rolas, pegas, gaios, trepadeiras azuis e chapins.
Parecia o jardim do paraíso! Abandonámos o Parque perto das onze horas, novamente a pé. O proprietário do Parque era um velho (mas não pastor=berger), com o nariz vermelho e calças de alças típicas dos agricultores da província. Emprestou-me um mapa da cidade.
Desta vez fomos directos ao santuário. Consigo orientar-me muito bem pelos mapas.
Adorámos o santuário. Todas as capelas me pareceram simples, mas muito bonitas. Nada de altares cheios de dourados. Muita da decoração é feita com pequenos pedaços de azulejo fazendo bonitos desenhos. Percorremos com muita calma todo o interior da catedral mas o espaço envolvente também é admirável.
Confesso que não fomos a Lourdes motivados pela minha fé. Apesar de ser católico, a minha prática como tal, é muito diminuta. Também não posso dizer que a escolha do Santuário tenha sido por razões meramente turísticas. Tal como em Fátima, estes espaços mexem connosco e sente-se uma estranha energia a percorrer-nos o corpo. Talvez até mais em Fátima, do que em Lourdes.
A subida a um monte junto ao catedral permite percorrer os passos da Via Sacra, terminando com o Calvário, no ponto mais alto do morro. A vegetação é luxuriante e estava tudo muito bem cuidado. Este passeio na natureza proporcionou-nos um encontro inesperado com uma cabra selvagem.
Almoçámos num restaurante perto do santuário. Não sei bem o que comemos, mas sei que pagámos mais do que o habitual em Portugal.
De tarde voltámos para visitar alguns espaços que não tivemos tempo de ver durante a manhã.
Há um museu com a história de Bernardete. As aparições em Lourdes e a história de Bernardete, não é muito diferente do que se passou em Fátima com os pastorinhos. As semelhanças são muitas e, talvez por isso, sejam dois dos maiores santuários Marianos da Europa.
Ao cair da noite regressámos ao parque de Campismo. Fizemos o jantar e conversámos um pouco à luz do candeeiro, uma vez que não havia espaços de convívio, nem mesmo qualquer luz acesa.
O balanço do primeiro dia completo era francamente positivo. A família reagiu melhor do que o que eu estava a contar, uma vez que desconheciam completamente os meus planos para as férias. Esta primeira surpresa que foi a paragem em Lourdes estava a correr bem.
Parecia o jardim do paraíso! Abandonámos o Parque perto das onze horas, novamente a pé. O proprietário do Parque era um velho (mas não pastor=berger), com o nariz vermelho e calças de alças típicas dos agricultores da província. Emprestou-me um mapa da cidade.
Desta vez fomos directos ao santuário. Consigo orientar-me muito bem pelos mapas.
Adorámos o santuário. Todas as capelas me pareceram simples, mas muito bonitas. Nada de altares cheios de dourados. Muita da decoração é feita com pequenos pedaços de azulejo fazendo bonitos desenhos. Percorremos com muita calma todo o interior da catedral mas o espaço envolvente também é admirável.
Confesso que não fomos a Lourdes motivados pela minha fé. Apesar de ser católico, a minha prática como tal, é muito diminuta. Também não posso dizer que a escolha do Santuário tenha sido por razões meramente turísticas. Tal como em Fátima, estes espaços mexem connosco e sente-se uma estranha energia a percorrer-nos o corpo. Talvez até mais em Fátima, do que em Lourdes.
A subida a um monte junto ao catedral permite percorrer os passos da Via Sacra, terminando com o Calvário, no ponto mais alto do morro. A vegetação é luxuriante e estava tudo muito bem cuidado. Este passeio na natureza proporcionou-nos um encontro inesperado com uma cabra selvagem.
Almoçámos num restaurante perto do santuário. Não sei bem o que comemos, mas sei que pagámos mais do que o habitual em Portugal.
De tarde voltámos para visitar alguns espaços que não tivemos tempo de ver durante a manhã.
Há um museu com a história de Bernardete. As aparições em Lourdes e a história de Bernardete, não é muito diferente do que se passou em Fátima com os pastorinhos. As semelhanças são muitas e, talvez por isso, sejam dois dos maiores santuários Marianos da Europa.
Ao cair da noite regressámos ao parque de Campismo. Fizemos o jantar e conversámos um pouco à luz do candeeiro, uma vez que não havia espaços de convívio, nem mesmo qualquer luz acesa.
O balanço do primeiro dia completo era francamente positivo. A família reagiu melhor do que o que eu estava a contar, uma vez que desconheciam completamente os meus planos para as férias. Esta primeira surpresa que foi a paragem em Lourdes estava a correr bem.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
27-07-2010 Vila Flor - Lourdes
A partida aconteceu pouco depois das 6 da manhã, em direcção a Macedo de Cavaleiros, e depois, Bragança. Em Bragança entrámos na cidade para levantarmos dinheiro numa caixa multibanco, que existe junto à porta do Hospital. Estávamos preocupados com a possibilidade dos cartões de débito não funcionarem.
Num supermercado que estava prestes a abrir, ainda comprámos água e pão.
Estava previsto percorrermos 823 quilómetros, demorando á volta de 9 horas. Este era o espaço e o tempo entre Vila Flor e Lourdes, em França.
Numa pesquisa na Internet sobre parques de campismo, acabei por escolher um “Le Vieux Berger”. Na fotografia por satélite eram visíveis muitas árvores e também se situa perto do centro da cidade.
Tudo correu sem problemas até Zamora. Nas mudanças de estrada o GPS revelou-se um instrumento extremamente útil. Foi a primeira viagem que fiz com um GPS, mas já não dispensarei no futuro.
Em Espanha pode circular-se sem grandes problemas a uma velocidade de 120 Km/hora, na E80 e E82. Só depois de Burgos é que a auto-estrada tem portagem. Como queríamos chegar o mais rapidamente possível, não evitámos as auto-estradas com portagens.
Perto de Castañares parámos numa estação de serviço para meter gasóleo. Comemos algumas sandes e seguimos viagem.
Na zona de Vitória e S. Sebastian a viagem foi bastante aborrecida. Eu já começava a sentir algum cansaço e os acompanhantes também. Ainda saí da rota duas vezes: uma em vitória (mas o GPS indicou-me o local onde podia fazer inversão de marcha e voltei rapidamente ao caminho certo); outra foi já perto da fronteira com França. É uma zona com muitas mudanças de faixa e havia muito trânsito. Por duas ou três vezes o GPS teve que recalcular o percurso.
Depois de entrarmos em França, todos ficámos mais tranquilos. O GPS indicava mais de 100 km sem mudanças de estrada. Ninguém estava com vontade de parar por isso só parámos quando chegámos a Lourdes. O GPS foi mais uma vez preciso, levando-nos sem mais demoras junto do portão do parque de Campismo.
O parque era diferente daquilo a que estamos habituados, mas não me surpreendeu. Tratava-se de uma ária de 5 há, de um campo relvado (um prado), com enormes árvores: tílias e cerejeiras, entre outras.
Os campistas eram poucos, 4 ou 5 somente. As estruturas de apoio também eram básicas: um edifício com casas de banho, chuveiros (com água quente) e lavatórios para a roupa e louça. Não havia mais nenhuma estrutura de apoio. A entrada, sem portaria, era por vezes assegurada por uma idosa também utente do parque. O “velho pastor” que já era filho do original, mas também já era velho, só aparecia de vez em quando.
Não eram condições muito acolhedoras, mas o espaço cativou-me. No fundo tinha tudo como eu imagino que deve ser o campismo, o mais próximo da natureza possível.
Instalámo-nos debaixo de duas enormes cerejeiras. Mais tarde apercebemo-nos de coisas que me tinham escapado: estávamos perto de uma estrada com bastante movimento e a estação dos caminhos-de-ferro não era muito distante (ouvia-se o barulho dos comboios durante a noite, sobretudo nas travagens).
Decidimos ficar. Depois da tenda montada, descemos a pé, até ao centro de Lourdes. A primeira impressão foi um pouco decepcionante porque estávamos à espera de um grande santuário e não encontrámos mais do que uma bonita igreja!
Testámos os cartões de débito, que funcionaram perfeitamente. Também os telemóveis (de diferentes redes) funcionavam bem., apenas tivemos que fazer algumas alterações nos números de telefone dos nossos contactos.
Para explorarmos melhor a cidade precisávamos de um mapa. Descobrimos o posto de Turismo, mas já estava fechado. Seria o primeiro lugar a visitar no dia seguinte.
Voltámos ao parque. Fizemos o jantar com géneros que trouxemos de Portugal. Tínhamos fogão e todos os instrumentos de cozinha de que necessitávamos (incluindo uma mesa e bancos).
No nosso passeio pela cidade surpreendeu-me o facto de não ver lojas onde fazer compras de géneros alimentares. Não havia mesmo onde comparar nada! Tínhamos de descobrir onde as pessoas se abasteciam. Estava convencido que seria na periferia da cidade.
Deitámo-nos cedo.
Num supermercado que estava prestes a abrir, ainda comprámos água e pão.
Estava previsto percorrermos 823 quilómetros, demorando á volta de 9 horas. Este era o espaço e o tempo entre Vila Flor e Lourdes, em França.
Numa pesquisa na Internet sobre parques de campismo, acabei por escolher um “Le Vieux Berger”. Na fotografia por satélite eram visíveis muitas árvores e também se situa perto do centro da cidade.
Tudo correu sem problemas até Zamora. Nas mudanças de estrada o GPS revelou-se um instrumento extremamente útil. Foi a primeira viagem que fiz com um GPS, mas já não dispensarei no futuro.
Em Espanha pode circular-se sem grandes problemas a uma velocidade de 120 Km/hora, na E80 e E82. Só depois de Burgos é que a auto-estrada tem portagem. Como queríamos chegar o mais rapidamente possível, não evitámos as auto-estradas com portagens.
Perto de Castañares parámos numa estação de serviço para meter gasóleo. Comemos algumas sandes e seguimos viagem.
Na zona de Vitória e S. Sebastian a viagem foi bastante aborrecida. Eu já começava a sentir algum cansaço e os acompanhantes também. Ainda saí da rota duas vezes: uma em vitória (mas o GPS indicou-me o local onde podia fazer inversão de marcha e voltei rapidamente ao caminho certo); outra foi já perto da fronteira com França. É uma zona com muitas mudanças de faixa e havia muito trânsito. Por duas ou três vezes o GPS teve que recalcular o percurso.
Depois de entrarmos em França, todos ficámos mais tranquilos. O GPS indicava mais de 100 km sem mudanças de estrada. Ninguém estava com vontade de parar por isso só parámos quando chegámos a Lourdes. O GPS foi mais uma vez preciso, levando-nos sem mais demoras junto do portão do parque de Campismo.
O parque era diferente daquilo a que estamos habituados, mas não me surpreendeu. Tratava-se de uma ária de 5 há, de um campo relvado (um prado), com enormes árvores: tílias e cerejeiras, entre outras.
Os campistas eram poucos, 4 ou 5 somente. As estruturas de apoio também eram básicas: um edifício com casas de banho, chuveiros (com água quente) e lavatórios para a roupa e louça. Não havia mais nenhuma estrutura de apoio. A entrada, sem portaria, era por vezes assegurada por uma idosa também utente do parque. O “velho pastor” que já era filho do original, mas também já era velho, só aparecia de vez em quando.
Não eram condições muito acolhedoras, mas o espaço cativou-me. No fundo tinha tudo como eu imagino que deve ser o campismo, o mais próximo da natureza possível.
Instalámo-nos debaixo de duas enormes cerejeiras. Mais tarde apercebemo-nos de coisas que me tinham escapado: estávamos perto de uma estrada com bastante movimento e a estação dos caminhos-de-ferro não era muito distante (ouvia-se o barulho dos comboios durante a noite, sobretudo nas travagens).
Decidimos ficar. Depois da tenda montada, descemos a pé, até ao centro de Lourdes. A primeira impressão foi um pouco decepcionante porque estávamos à espera de um grande santuário e não encontrámos mais do que uma bonita igreja!
Testámos os cartões de débito, que funcionaram perfeitamente. Também os telemóveis (de diferentes redes) funcionavam bem., apenas tivemos que fazer algumas alterações nos números de telefone dos nossos contactos.
Para explorarmos melhor a cidade precisávamos de um mapa. Descobrimos o posto de Turismo, mas já estava fechado. Seria o primeiro lugar a visitar no dia seguinte.
Voltámos ao parque. Fizemos o jantar com géneros que trouxemos de Portugal. Tínhamos fogão e todos os instrumentos de cozinha de que necessitávamos (incluindo uma mesa e bancos).
No nosso passeio pela cidade surpreendeu-me o facto de não ver lojas onde fazer compras de géneros alimentares. Não havia mesmo onde comparar nada! Tínhamos de descobrir onde as pessoas se abasteciam. Estava convencido que seria na periferia da cidade.
Deitámo-nos cedo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)