sábado, 9 de julho de 2011

29-07-2010 Lourdes

 Já ganhámos alguma confiança a circular de automóvel em Lourdes. O GPS faz um trabalho fantástico. Depois de escolhido o parque de estacionamento gratuito no mapa é só fazer a sua marcação no aparelho.
No dia 28 descobri uma grande superfície comercial junto a um nó rodoviário de fácil acesso. É o ideal para reabastecimento.
A primeira etapa do dia foi a subida ao alto de um monte, em teleférico, conhecido como "Pic du Jer". Um teleférico centenário transportou-nos ao alto de um pico com 1000 metros de altitude de onde se tinha uma vista fantástica, quer em direcção a Lourdes quer aos Pirenéus! Comprámos também o bilhete para visitarmos as grutas que existem no alto da montanha. Fomos surpreendidos com a distribuição de casacos, mas estávamos suficientemente protegidos. A temperatura no interior da gruta rondava os 10 graus centígrados e alguns agradeceram bem os casacos emprestados.
O guia falava várias línguas, entre as quais castelhano, com que tentou dialogar connosco. Também não havia informação escrita em Português! As grutas não são nada de espectacular, quando comparadas com as que temos em Portugal nas serras de Aire e Candeeiros. O mais intrigante é mesmo compreender como se formaram as grutas a esta altitude, ou como depois de se formarem subiram até aqui. Toda a região onde se situa Lourdes deve ter estado submersa durante milhares de anos. As grutas podem-se ter formado nas épocas glaciares.
Depois de abandonarmos a gruta passeámos pelo cume da montanha onde há diversos miradouros. Num deles há uma mesa circular, com o tampo em azulejo, indicando numa espécie de rosa dos ventos, várias direcções. Podemos ver a indicação de Lisboa!
Deambulámos pela montanha explorando a vegetação existente, que tinha placas identificativas com os seus nomes científicos.
À distância também se avista a aldeia de Bartres, terra natal de Bernardete.
Nos céus os grifos foram uma presença constante e despertaram a atenção dos turistas. O guia não nutria por eles grande simpatia, criticando os espanhóis por deixarem de os alimentar. Também tinha um discurso bastante assustador acusando os grifos de ataques a animais domésticos e como apresentando perigo para as pessoas! Este discurso não me caiu bem e tive que o contrariar junto do guia e de quem me quis ouvir.
Há vários circuitos para subir e descer do Pic du Jer a pé. Também há alguns para BTT e foi assustador ver desportistas a desce-los a alta velocidade. É preciso ter muito louco...
Voltámos ao parque de campismo para o almoço. A confiança e o conhecimento das estradas já nos facilitaram as deslocações.
Depois da hora de almoço assistimos a uma prática bastante invulgar nos parques de campismo que conhecemos: uma enfardadeira em funcionamento em pleno parque. Isto é vulgar em muitos espaços que funcionam como parques de campismo em França.
Durante a tarde fizemos mais um passeio pela cidade de Loudes e aproveitámos para visitar a Alcáçova de Lurdes e o Museu Pirinaico. Trata-se de um castelo fortaleza no centro da cidade, com uma longa e curiosa história. Desde a conquista dos Romanos, residência da nobreza nos séculos XI e XII, prisão no séc. XVI a castelo museu no século XX, tudo transpira história e merece bem o que se paga para a visita.
Vi aqui uma prática interessante: às crianças era distribuído uma espécie de questionário com alguns mistérios que teriam que desvendar ao longo da visita. Uma boa ideia. Também tivemos direito a guias escritos em português, coisa rara.
Circular pela capela, pela cozinha, pelos quartos, pelas várias estruturas defensivas, é uma completa visita ao passado. há muitas salas com exposições diferentes. Uma contava a história da exploração dos Pirenéus, com a exibição de muitos objectos originais e fotografias da época. Havia também uma exposição de mármores da região. O isolamento do espaço, nunca conquistada ao longo dos seus mil anos de história, facilitam esta viagem, só interrompida quando o olhar se estende pela cidade e paisagem em redor. Também o santuário ganha do alto da torre uma perspectiva diferente e bonita.
Depois abandonarmos este fantástico Castelo, meu filho mais novo e a minha mulher visitaram um museu da cera (onde era proibido tirar fotografias).
Passeámos uma última vez pelas ruas junto ao santuário aproveitando para comprarmos algumas recordações. No santuário as velas, frascos e embalagens com imagens de Nossa Senhora para levar como recordação água estão à disposição dos peregrinos e turistas. O donativo mínimo por cada unidade está marcado e cada um contribuiu de acordo com as suas possibilidades e com a sua consciência. Este sistema de "venda" é interessante e evita a imagem degradante do comércio no espaço do santuário. Não sei se seria possível um sistema semelhante em Portugal.
Recolhemos ao parque de campismo para repousar. No dia seguinte seguiríamos viagem. Os atractivos em Lourdes e arredores eram muitos, mas não nos podíamos esquecer do nosso destino. Lourdes foi a primeira etapa, pensada principalmente para descansar, mas revelou-se um excelente destino para passar alguns dias. As montanhas pareciam chamar-me, mas o destino eram os Alpes.

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